Quase 113 mil exames não são retirados pelos usuários em Lages
Esse
comportamento resulta em um prejuízo em torno dos R$ 100 mil por mês. Um exame
não retirado transforma-se em ônus aos cofres públicos e reflete no bolso dos
usuários que precisam do Sistema Único de Saúde.
A equipe da Secretaria de Saúde de Lages
começou uma campanha de conscientização aos usuários, referente à importância
da retirada dos laudos de exames uma vez que, apesar da agilidade no
atendimento, cerca de 30% dos pacientes não os buscam no período adequado. Dados
apontam que somente de janeiro a julho deste ano, quase 113 mil exames foram
realizados e não retirados.
Esse comportamento resulta em um
prejuízo em torno dos R$ 100 mil por mês. “Um exame não retirado transforma-se
em ônus aos cofres públicos e reflete no bolso dos usuários que precisam do
Sistema Único de Saúde (SUS) para efetuar qualquer tipo de atendimento médico.
Queremos que haja a conscientização da comunidade sobre a gravidade deste
problema”, explica o diretor
administrativo-financeiro da Secretaria de Saúde, Maurício Batalha.
O mês de abril foi o
mais preocupante, com 96.203 exames autorizados. Destes, 72.224 pessoas
realizaram o procedimento, porém, 22.140 pacientes não retornaram às unidades
laboratoriais para retirar os laudos. “Dos exames efetuados, 60% acabam sem
seu destino final, uma vez que após 30 dias o prazo de validade expira e o
paciente precisará requerer outro, o que o faz voltar à fila, resultando em uma
demora ainda maior”, afirma Maurício.
Com o processo de informatização,
através do cadastro do paciente pelo Cartão SUS, o cidadão que requerer o
exame, bem como uma consulta especializada e não comparecer na data marcada
ficará impedido de realizar qualquer procedimento na rede pública de saúde por
um período de 30 dias. “O paciente não ficará bloqueado permanentemente, esta é
apenas uma medida para que os prazos sejam respeitados e tudo seja concluído com
mais rapidez”, diz.
Raios
X: 30% não retiram os laudos
O impasse acontece também com os exames
de raios X efetuados no hospital Tereza Ramos. Dos exames autorizados, somente
79% são realizados, e destes, 30% não tem seus laudos retirados. “Isso
prejudica e muito a própria população, impedindo outras pessoas que necessitam
destes procedimentos efetuar os exames em tempo hábil”, declara Maurício.
Até o fim do ano, com o encerramento do
processo de informatização da pasta, um cadastro revelará todas as pessoas que
fizeram o exame e não foram buscar e, além disso, será mostrado o número de
pacientes que levam o laudo ao médico. “É muito importante que a pessoa, mesmo
que haja significativa melhora, prossiga o tratamento em todas as etapas, até o
fim”, enfatiza.
Situação
se repete nas consultas especializadas
A Policlínica Municipal dispõe de
atendimento nas especialidades de neurologia, dermatologia, ginecologia,
pediatria, oftalmologia, cardiologia, entre outros. Em média são marcadas 15
consultas por dia em cada uma dessas especialidades, porém, o descaso dos
pacientes que não comparecem ao atendimento ultrapassa os 60%.
Maurício explica
que este não comparecimento não é por conta da demora na marcação de consultas.
“Como determinou o prefeito Elizeu Mattos, nesta gestão o atendimento hábil e
de qualidade na saúde será prioridade. Estamos caminhando para isso, mas é
necessária a compreensão dos usuários para que os trabalhos andem conforme se
deseja”, afirma.
Para que estes transtornos sejam menos corriqueiros,
se o paciente não puder comparecer à consulta, o ideal é avisar o setor com
antecedência. “Assim, as equipes poderão encaixar outro paciente no horário, o
que automaticamente fará o andamento da fila fluir”, reitera.
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