Nota Oficial: Morre o Senador Luiz Henrique da Silveira - PMDB
Perdemos um grande líder, um grande homem, um homem diferente!
Foto - Joice Giotti |
Às 15h 15m o senador Luiz Henrique da Silveira foi declarado morto pela equipe médica do Hospital Unimed, de Joinville.
PMDB até a morte, levava o 15 no peito, peito que o traiu nesse domingo que os corações estão mais acalentados, por ser o Dia das Mães.
Depois de vencer 15 eleições, faleceu às 15h15m do dia 10 do mês 5, de 2015, o homem que era um esperança para a política brasileira e admirado pela maioria esmagadora dos catarinenses, que sempre confiaram nele o seu voto.
Homem público há 45 anos de uma trajetória política irretocável. Mas isso todos sabem ou podem saber, é fácil acessar o currículo do senador catarinense, nascido em Blumenau, no seu site:WWW.luizhenriquesenadro.com.br
O que só quem conviveu de perto com o senador, trabalhando com ele como governador, como deputado, como prefeito, como ministro, ou como senador, pode saber, é que ele era apaixonado pela política, pela política limpa, pela política que faz acontecer para todos.
Pela possibilidade que o poder público o dava de fazer o bem ao maior número de pessoas. Pela vontade obsecada de um país melhor, com menos desigualdade, “por um Brasil de menos Brasília e mais Brasis”, como dizia sempre.
“Ele era diferente. O trabalho dele só valia à pena se fosse mudar para melhor a vida das pessoas”, me disse hoje, uma grande amiga jornalista, ao me confortar. É verdade. Ele era diferente e fez isso em todos os cargos públicos que ocupou: tentou melhorar a vida das pessoas.
Era diferente como chefe. Motivava a nós todos, sem deixar de se preocupar com o pai ou a mãe, ou o filho de cada um. “Saúde e família em primeiro lugar”. Sempre se preocupava: “vais ver teus pais na Páscoa, como estão os corações dos dois?” Perguntava preocupado com meus pais cardíacos, sem deixar de se preocupar com a sua própria saúde. Se a entrevista estivesse marcada para de manhã cedo, questionava: “E a minha caminhada, menina?”. A caminhada era sagrada, os remédios tomados no horário correto, alimentação balanceada.
Ele era diferente. Estava de pé quebrado. E nem o pé quebrado lhe tirava o humor ou lhe deixava quieto.
“Uma entorse no tornozelo que, de tão violenta, provocou-me a fratura da fíbula do pé esquerdo, afastou-me do trabalho no Senado por, pelo menos, duas semanas. Recluso na minha casa do Boa Vista, com o pé envolto numa bota ortopédica e tendo que usar uma cadeira de rodas ou muletas, passei a refletir sobre a importância dos pés, cuja saúde, normalmente, só valorizamos quando os lesionamos. Todo o corpo neles se sustenta, neles se apoia, neles se movimenta: com eles caminha, salta, corre, nada. Só se sente a importância dos pés quando eles, ou um deles, nos faltam, quando temos que substituí-los pela cadeira de rodas ou qualquer outro instrumento ortopédico”, disse ele em dos seus últimos artigos, sem imaginar que não seria o pé, e sim o coração que lhe faria falta.
Ele era diferente. Ficava agoniado, se por qualquer motivo, tivesse que se afastar do trabalho no Senado, na sua luta incansável pelo pacto federativo, pela reforma política, pelo fim da guerra fiscal, entre tantos outros projetos importantes.
Ele era diferente. Escrevia seus próprios discursos e artigos semanais. Era culto, devorava livros. Mas era humilde no saber e multiplicava seu conhecimento. Nos ensinava, sempre!
Ele era diferente. Cuidava de cada um dos 295 municípios catarinenses, sem distinção. Todos tinham importância. Todos eles eram essenciais para que Santa Catarina fosse o estado forte que é.
Ele era diferente. Recebia e conciliava todos os tipos de políticos, de todas as siglas, de vereadores a senadores, de prefeitos à presidência da República.
Assim como cada um de nós, sua equipe. Éramos assim tratados, de maneira igual. Com cobrança, com exigência de trabalho perfeito para que ninguém deixasse de ser atendido em seu gabinete, ou fora dele.
Ele era diferente. Descentralizador e ao mesmo tempo detentor de uma sabedoria e memória invejáveis.
Ele era diferente. Um pai carinhoso, um avô apaixonado pelos netos. Um marido presente, que deixou dona Ivete viúva, justo no Dia das Mães.
Ele era diferente. Sem descuidar dos interesses de Santa Catarina, entrou na segunda parte do seu mandato de oito anos, com a proposta de se aprofundar cada vez mais nos grandes temas nacionais, que levassem as reais mudanças nas estruturas do Brasil.
Vinha se consolidando como um dos grandes articuladores e conciliadores do legislativo, o que naturalmente o levava a ser apontado como um dos favoritos à disputa pela presidência do Senado Federal, no próximo biênio. Não se abalou em perder para Renan Calheiros, também do PMDB, em fevereiro desse ano.
Estava empolgado na confecção de uma revista que tinha como objetivo mostrar ao eleitor sua a atividade legislativa nesses quatro anos de mandato, atuando de Brasília para o Brasil e para toda Santa Catarina.
E foi sobre a revista nossa última conversa. Teríamos uma reunião sobre essa publicação nesta segunda-feira. Vamos nos encontrar amanhã sim senador, de um outro jeito. Afinal, o senhor era diferente.
Letícia Schlindwein, Assessora de Imprensa do senador Luiz Henrique, em nome de toda a sua equipe de trabalho, que está enlutada
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